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O que diz o coração quando a dor não aparece no exame?

Uma reflexão sobre a somatização


"É um sufocamento"
"Palpita demais"
"É uma dor... o cardiologista disse que eu não tenho nada, mas eu sinto aqui que é real!"

Poderia se tratar de um único relato, mas esta descrição é ouvida com frequência. São relatos sobre um mal-estar do coração.


Pensar no adoecimento de maneira singular assim como entendemos que somos únicos - cada um com sua vida, sua história e seu inconsciente - é abrir possibilidade para pensar sobre a doença para além de seu quadro clínico, ou seja, na doença como uma metáfora, uma representação simbólica daquilo que atormenta o sujeito e que faz padecer o coração.


O que o ameaça?


O que há no limite entre o psíquico e o somático?


O que o sujeito tem vivenciado como traumático, como avassalador que o atinge de maneira aguda mas que nenhum exame laboratorial ou por imagem é capaz de captar?


O que comparece no corpo, na carne, não é algo alheio ao doente, mas em uma análise a possibilidade de falar sobre, pode permitir ao sujeito tomado por sua angústia ter acesso ao simbólico, a elaborar e ressignificar aquilo que antes não tinha significação.


Para algumas pessoas viver situações onde suas fantasias sobre onipotência e controle, medo da morte, mudança de ambiente e/ou até mesmo estilo de vida são colocadas em cheque, podem fazer com que rompa no corpo algo de uma outra ordem.


O que não vira palavra, vira sintoma.

 
 
 

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